O Brasil teve, no ano passado, o pior défice primário de sempre. As despesas públicas superaram as receitas em mais de 154 mil milhões de reais, uma quantia superior a 46 mil milhões de euros.
O défice primário ficou abaixo da meta prevista pelo Governo, e que era superior 170 mil milhões de reais, 51 mil milhões de euros.
Em 2015, o Brasil registou um défice primário de cerca de 115 mil milhões de reais, acima de 34 mil milhões de euros.
Este foi o terceiro ano seguido em que as Contas do Estado fecharam com resultado negativo.
A receita líquida, descontando as perdas com a inflação, recuou cerca de quatro por cento, somando 330 mil milhões de euros.
As despesas ficaram em 360 mil milhões de euros — um recuo de pouco mais de um por cento.
As contas do Governo brasileiro — englobando os resultados do Tesouro, Previdência Social e Banco Central — foram condicionadas pela recessão, que tem contraído o consumo, a produção e, por consequência, a arrecadação de impostos e outras contribuições.
Quanto às despesas, o principal factor a pressionar as contas públicas foram os gastos com a Previdência Social, mais sete por cento acima da inflação.
Os gastos com o funcionalismo público desceram meio por cento, enquanto as chamadas despesas obrigatórias caíram mais de 22 por cento.
De acordo com as autoridades brasileiras, a lei que estabelece o limite dos gastos públicos vai permitir que o Brasil volte a produzir gradualmente excedentes primários, recuperando a confiança necessária para impulsionar o crescimento económico.