"A passagem do quinto centenário do início desta histórica viagem pareceu uma boa oportunidade para desenvolver um inquérito sobre as leituras que teriam fundamentado o projeto do navegador português. A ideia de rumar ao arquipélago de Maluco pela via do poente deveria ter-se baseado em cuidadas leituras de guias náuticos, roteiros, tratados geográficos e relatos de viagens. Contudo, Magalhães não deixou grandes vestígios textuais, pois dele apenas se conhecem algumas cartas e memorandos em letra que aparenta ser de homem culto, mas que não incluem referências de natureza bibliográfica. E apenas há notícias certas de ter possuído um único livro. Assim, a designação «em demanda da biblioteca de Fernão de Magalhães» pareceu uma apropriada descrição para uma indagação sobre os livros que o navegador lusitano poderia ter possuído ou compulsado durante a preparação do seu projeto", lê-se no referido sítio.
A exposição tem como foco a preparação da viagem de circumnavegação, através de textos, roteiros náuticos, descrições geográficas e relatos de viagem que o navegador luso terá utilizado para planear esta grande empresa. Na mostra pode ver-se umas das primeiras edições do "Itinerario", de Ludovico de Varthema que Fernão de Magalhães teria consigo quando foi recebido pelo rei de Espanha, Carlos I, em 1518; uma edição espanhola do livro de Marco Polo, publicada em Sevilha em 1518, cidade onde vivia, na altura o navegador e o "Almanach perpetuum", de 1496, que terá sido também muito útil para os pilotos da armada de Magalhães.