Aquela entidade enviou, para o Tribunal Administrativo, o processo envolvendo um antigo Ministro das Finanças e a actual vice-ministra da Economia.

O ministério público moçambicano pretende que o grupo seja responsabilizado financeiramente pelos empréstimos contraídos por três empresas públicas.

Para além de Manuel Chang e Isaltina Lucas, o documento envolve o Governador do Banco de Moçambique, o Presidente do Conselho de Administração das firmas envolvidas, o ex-Director dos Serviços de Informação e Segurança do Estado, assim como outras 12 personalidades políticas do país, ligadas à Frelimo.

Os empréstimos à Proindicus, MAM e Ematum, avalizados pelo anterior Governo, foram contraídos sem a aprovação da Assembleia da República e à margem da lei orçamental, gerando a crise da dívida soberana e o corte do apoio directo de países e instituições internacionais ao Orçamento do Estado.

A Procuradoria considera que a constituição das três empresas é nula, porque violou a legislação comercial do país.

O organismo anunciara, no ano passado, o pedido de julgamento das alegadas infracções financeiras e administrativas cometidas no âmbito das dívidas ocultas, e agora anunciou o nome dos implicados.

No início da semana aquela entidade divulgara que 18 pessoas tinham sido constituídas arguidas no processo, para responderem criminalmente pelo seu envolvimento no caso.

Manuel Chang continua detido na África do Sul, a solicitação das autoridades dos Estados Unidos. O Tribunal de Joanesburgo deverá decidir, nos próximos dias, o pedido de extradição do deputado para aquele país. O FBI considera que o político violou a legislação económica e financeira norte-americana.