No comunicado final, saído da quinquagésima quinta sessão ordinária da Conferência dos Chefes de Estado e de Governo da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental, CEDEAO, fica claro que a organização aceita a data definida pelo chefe de Estado da Guiné-Bissau, mas deixam-se ameaças ao não cumprimento da nova data:
"A Conferência mandata o Presidente em exercício para impor sanções, sob proposta do Presidente da Comissão, contra os atores políticos e outros que violem a boa condição do processo eleitoral", lê-se no referido documento.
A CEDEAO instou "todos os intervenientes no processo eleitoral para que trabalhem no sentido da realização efetiva de eleições legislativas" no país, a 10 de março de 2019, reafirmando a necessidade de manter o Governo de consenso na sua forma e composições atuais" até à realização do escrutínio, diz o comunicado. O organismo exorta ainda "os atores políticos da Guiné-Bissau a honrar o seu compromisso para com a execução do Roteiro" de Lomé.
As eleições Legislativas na Guiné-Bissau estavam marcadas para 18 de novembro, mas acabaram adiadas sem marcação de data, na altura. O recenseamento eleitoral foi a razão apontada pelo Presidente do país, José Mário Vaz, para a não realização do escrutínio na data prevista.
Depois de alguma tensão, do chefe de Estado ouvir e voltar a ouvir os partidos políticos, do Primeiro-ministro propor datas e contra o que pediam as organizações internacionais, entre elas a CEDEAO - que queriam que as eleições acontecessem até janeiro - José Mário Vaz marcou as Legislativas para 10 de março.