Foi com protestos, que acabaram em violência, que dezenas de apoiantes do MLSTP-PSD responderam à decisão de se fazer a recontagem dos votos das Legislativas em São Tomé e Príncipe. A polémica começou em Água Grande e com o processo iniciado pela juíza são-tomense Natacha Amado Vaz. A magistrada diz que está a fazer a "verificação dos votos nulos, votos em branco e reclamações", como a própria afirmou. Os manifestantes concentraram-se frente à Comissão Nacional de Eleições e chegaram mesmo a incendiar o carro da juíza. A Polícia de Estado respondeu com disparos e granadas de fumo.

Foi a ADI que solicitou ao Tribunal Constitucional a verificação dos votos nulos e brancos justificando: "Temos conhecimento que existem, ao nível nacional, mais de 2000 votos considerados nulos e brancos e quase todos eles são votos úteis a favor do ADI", afirmou aos jornalistas o porta-voz do partido, Abenildo Oliveira.   

Os resultados provisórios, divulgados pela Comissão Nacional Eleitoral, dizem que a ADI, do Primeiro-ministro Patrice Trovoada, venceu as eleição Legislativas, conseguindo 25 assentos parlamentares mas a oposição tem a maioria dos lugares. O MLSTP-PSD, liderado por Jorge Bom Jesus, conseguiu eleger 23 deputados e a coligação formada pelo PCD, UDD e MDFM, foi a terceira força mais votada, obtendo cinco assentos. Juntos têm, por isso, mais lugares no parlamento do que a ADI e estão já a negociar a formação de um governo de coligação. Em quarto ficou o possível aliado da ADI, o Movimento de Cidadãos Independentes de São Tomé e Príncipe que elegeu apenas dois deputados pelo distrito de Caué.