Surgiram em São Tomé e Príncipe cerca de dois mil casos de uma doença que os médicos no país desconhecem. Trata-se de uma infecção nas pernas, que se declara, sobretudo, nos homens.
Os sintomas são comichão, pernas inchadas e dores intensas, pele avermelhada seguida de bolhas. A região cutânea fica como que queimada, produzindo corrimento. Algo parecido com a lepra e a úlcera de Buruli.
As autoridades sanitárias registaram quatro mortes relacionadas com o mal, em pacientes com imunidade baixa.
Os primeiros casos da doença surgiram há 10 meses.
No hospital central de São Tomé encontram-se pacientes internados, com a infecção, desde Outubro.
O Ministério da Saúde de São Tomé e Príncipe pediu a ajuda das autoridades sanitárias portuguesas para tentar identificar a patologia e encontrar uma cura.
No entanto, a deslocação de um infectologista do Hospital Egas Moniz não parou o aumento do número de casos.
As autoridades sanitárias do país recorreram à Organização Mundial de Saúde. No arquipélago encontra-se já um especialista do organismo que está a tentar definir o tipo da patologia. Solicitaram também a ajuda de laboratórios de Portugal, Gabão e Camarões na detecção da sua origem.
Dada a gravidade da situação, a rádio e a televisão públicas estão a emitir repetidamente alertas à população sobre o risco da doença, sintomas e cuidados a ter.
Quando detectada a tempo, em 80 por cento dos casos a enfermidade pode ser curada com uma combinação de antibióticos, daí a importância das campanhas radiofónicas e televisivas.