No próximo dia 10 fará três meses desde as eleições Legislativas na Guiné-Bissau e o país continua sem um novo governo. A comunidade internacional já lançou alertas ao país. Portugal e as Nações Unidas dizem não compreender o porquê do atraso na nomeação do novo Primeiro-ministro, por acreditarem que todas as condições estão reunidas. Mas o Presidente da República, José Mário Vaz, insiste que só quando a mesa do Parlamento estiver completa, e falta um elemento, procederá à nomeação.

Para o Movimento dos Cidadãos Conscientes e Inconformados o país vive uma "situação de profunda anarquia" o que, explicam em comunicado abre "espaço para mais desmando e sofrimento do povo". Nesse sentido, e descontente com o caminho que o país está a seguir o movimento lança um apelo:

" (...) o MCCI convoca o povo da Guiné-Bissau e todos os defensores da Democracia a juntarem-se a uma manifestação popular a acontecer no próximo dia 24 de Junho, para exigir à ANP a investidura do Presidente da República interino, nomeação do novo Primeiro-ministro e, deste modo, permitir o país seguir o rumo democrático e constitucional, evitando o caos em que o JOMAV o pretende deixar, sendo que o seu mandato termina a 23 de Junho corrente, altura em que será vedado pela Constituição de continuar no cargo", lê-se na página de Facebook da referida organização não-governamental.

O movimento considera que o chefe de Estado não está a cumprir "a sua obrigação constitucional de nomear o Primeiro-ministro e consequentemente um novo governo, atendendo aos resultados das últimas eleições legislativas" mas há outro problema que preocupa a organização, o facto de ainda não terem sido agendadas as eleições Presidenciais que deverão decorrer antes do final do ano, o que devia ter feito "há dois meses, conforme manda a lei", esclarece-se no documento publicado nas redes sociais.

O país continua em suspenso. São muitas as trocas de acusações entre as formações com assento parlamentar. O que falta, neste momento, é a nomeação do segundo vice-presidente da mesa da Assembleia Nacional Popular, que deverá sair do Madem - G15, segunda formação mais votada nas Legislativas de 10 de março. O nome proposto, Braima Camará, foi rejeitado pelo novo Parlamento. O partido, criado por dissidentes do PAIGC, recusa-se a apresentar um novo nome. Há também alguma polémica sobre a nomeação de Nuno Nabian para primeiro vice-presidente. 

Mas há quem acredite que a falta de um membro da mesa não impede o Presidente do país de nomear o próximo chefe do executivo guineense. Os próprios representantes da mesa vieram esclarecer que os vice-presidentes têm apenas como tarefa substituir o Presidente em casos de impossibilidade do mesmo de exercer determinadas funções. 

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