José Mário Vaz opta, uma vez mais, pela manutenção da crise política e institucional que paralisa o Estado há mais de quatro anos.
O Chefe de Estado alega competências constitucionais, que não revela, para declinar o nome de Domingos Simões Pereira, proposto pelo PAIGC e aceite pelos partidos que, com aquela força política, detêm a maioria absoluta no Parlamento guineense.
As eleições legislativas realizaram-se a 10 de março, mas o Presidente só sexta-feira se dignou iniciar o processo de auscultação dos partidos para a formação do novo executivo, depois de continuas pressões da comunidade internacional, nomeadamente da União Africana, da CDEAO e da CPLP.
Uma delegação da Comunidade dos Países da África Ocidental encontra-se, em Bissau, tendo manifestado a sua insatisfação pela falta de progressos que verifica.
A missão prolongou, até hoje, a sua presença na capital do país com o objectivo de seguir, no terreno, o evoluir da situação.
O PAIGC foi um dos partidos que se reuniu com os representantes da CEDEAO, esperando que aquela entidade tome uma posição clara e firme sobre o momento político que se vive no país, caso os órgãos de soberania manifestem incapacidade para resolver os desafios actuais.
Sobre a recusa do nome de Domingos Simões Pereira, o partido vai tomar posição na sequência da reunião do seu Bureau Político, marcada para esta tarde. Ontem, a força política mais votada, nas últimas eleições, já tinha reunido a Comissão Permanente, para analisar a posição de José Mário Vaz.
José Mário Vaz termina o seu mandato, de cinco anos, como Chefe de Estado no domingo e só agora marcou a data das Eleições Presidenciais, depois de uma ronda de audiências com todas as forças políticas do país, mais de quarenta.