Moçambique terá voltado a recorrer ao Clube de Paris, grupo internacional de doadores a países endividados. O objetivo é reiniciar negociações que permitam ir no sentido da reestruturação da dívida pública externa do país. Em janeiro Moçambique falhou o pagamento aos credores internacionais, por falta de liquidez. Atualmente, a dívida externa moçambicana atingiu níveis insustentáveis.
O Clube de Paris, criado em 1956, é um grupo de doadores institucional constituído por 22 países: Alemanha, Austrália, Áustria, Bélgica, Brasil, Canadá, Coreia do Sul, Dinamarca, Espanha, Estados Unidos, Finlândia, França, Países Baixos, Irlanda, Israel, Itália, Japão, Noruega, Reino Unido, Rússia, Suécia e Suíça. O Brasil é o membro mais recente da organização, formalizou a sua candidatura no final do ano passado.
Trata-se da oitava vez que Moçambique recorre ao Clube de Paris. A primeira aconteceu em 1984. A única dívida que continua ativa a este grupo de credores é a contraída em 2001, isto apesar de, em 2006, Moçambique ter beneficiado de um perdão parcial no valor de mais de mil milhões de euros. Uma ação destinada a ajudar Países Pobres Altamente Endividados. Na altura o país comprometeu-se a utilizar essa verba em áreas prioritárias identificadas na estratégia de redução da pobreza do país.