No país, mais de 700 barragens apresentam risco de ruptura com potenciais danos associados, altos, devido a falta de conservação, para além de se desconhecer a sua estabilidade.
Além de apresentarem problemas estruturais, estão localizadas próximas de povoações, zonas agrícolas e pecuárias, bem como importantes eco-sistemas.
Das 700 indicadas, 45 apresentam uma situação particularmente preocupante. A maioria tem problemas como baixo nível de conservação e falta de documentação da estabilidade das estruturas.
Estes dados resultam de relatórios, decorrentes da fiscalização de barragens, elaborados por técnicos da Agência Nacional de Águas do Brasil.
No entanto, aquele número pode estar aquém da realidade, dado que as vistorias oficiais estão longe de cobrir as necessidades e haver muitas barragens que não se encontram legalizadas.
A própria Agência Nacional de Águas considera que a fiscalização, além de pouca, é extremamente pulverizada, sendo realizada por mais de 30 entidades.
A fiscalização das barragens de rejeitos cabe apenas à Agência Nacional de Mineração que conta com 20 técnicos para a função.
A bacia de contenção de resíduos de Brumadinho, da companhia mineira Vale, que ruiu na semana passada, estava classificada como de risco baixo e dano potencial alto, por técnicos seus, que agora foram detidos a mando do Ministério Público brasileiro.
Na sequência do desastre, especialistas vêm defendendo a inspecção de todas as barragens da empresa, mais de 160, em cinco Estados, bem como a suspensão das operações de exploração nas minas que delas se servem, até à comprovação da sua segurança.