Foram 22096 as pessoas que visitaram, em 2018, os museus de Cabo Verde tutelados pelo Instituto do Património Cultural. Um crescimento significativo, em relação ao ano anterior, lê-se na página de Facebook do "Museu do Campo de Concentração do Tarrafal". O anteriormente conhecido por "Museu da Resistência", localizado numa edificação originalmente concebida para albergar presos antifascistas portugueses e, posteriormente, presos anticolonialistas da África portuguesa, foi de longe a instituição museológica que mais visitantes recebeu, nove mil. O segundo museu mais visitado foi o "Museu Etnográfico da Praia", na capital de Cabo Verde.
O antigo estabelecimento prisional, localizado na ilha de Santiago, foi desativado em 1974. Posteriormente, e até 1985 funcionou como quartel das Forças Armadas de Cabo Verde. Passou depois a ser ocupado por famílias até, em 2000, passar a albergar o "Museu da Resistência", "com o objetivo de preservar e perpetuar parte da memória histórica de Cabo Verde e em particular das ex-colónias portuguesas em África (Angola e Guiné Bissau) e de Portugal", lê-se na já referida rede social. Foi em janeiro de 2016 que foi rebatizado passando a chamar-se "Museu do Campo de Concentração do Tarrafal".
"Trata-se da primeira experiência em Cabo Verde de uma musealização in situ, procurando valorizar e perpetuar a memória, as emoções contidas no próprio local, a passagem do tempo, o passado recente do Campo, colocando a memória no estado atual das coisas, incluindo a apropriação pelos atuais moradores, como principais guardiões da história dinâmica do Campo de Concentração", lê-se no perfil de Facebook da instituição.
Memória viva de um momento negro da história de Portugal, o Estado Novo, que durante 40 anos se serviu de uma brutal repressão, tortura, para manter o regime. Pulso para lá de forte que se estendeu às hoje antigas colónias.
(Foto: Museu da Resistência - Ex.Campo de Concentração do Tarrafal)