Foram batidos os máximos anteriores. Mais de três milhões de pessoas desfilaram nas Avenida Paulista e da Consolação, domingo. Esta é a primeira Parada LGBT depois da tomada de posse de Jair Bolsonaro, um Presidente manifestamente homofóbico. Daí que a maior manifestação mundial de orgulho gay tenha sido, este ano, ainda maior.
O Presidente do Brasil e o seu Governo foram os alvos de todas as críticas, quer nas intervenções políticas quer através de faixas e cartazes com o rosto de Bolsonaro e a frase – ele não, ou autocolantes com a inscrição – LGBTs Contra Bolsonaro, ou palavras de ordem, como – preconceito tem cura – ironizando o facto de os evangélicos, apoiantes do Chefe de Estado, considerarem que a homossexualidade ou o lesbianismo são uma doença e que tem cura, em alguns casos espiritual.
Ouvidos pelos muitos repórteres que acompanharam o desfile, os manifestantes também não pouparam o bolsonarismo.
No entanto, o evento foi, sobretudo, uma manifestação de música e dança, colorida pelas bandeiras arco-iris, bem como pelos trajes cintilantes e fantásticos.
O tema do desfile foi os – 50 Anos de Stonewall: Nossas conquistas, nosso orgulho de ser LGBT. Uma homenagem aos protestos ocorridos na cidade de Nova Iorque, em 1969, depois de acções violentas de agentes da Polícia contra frequentadores de um bar gay.
Não obstante o Supremo Tribunal Federal ter considerado a homofobia um crime, os gays, lésbicas, bissexuais e transgéneros vivem um clima de medo, depois da tomada de posse de Jair Bolsonaro.
O Brasil detém o recorde de assassinatos de pessoas LGBT. Este ano já foram assassinadas, no país, 126 pessoas devido às suas tendências sexuais.