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Minha Pátria, minha língua

A CEDEAO, Comunidade Económica de Estados da África Ocidental, levantou, por decisão dos chefes dos Estados que a compõem, as sanções impostas a 19 personalidades guineenses. A informação foi avançada pelo Presidente da Guiné-Bissau, José Mário Vaz à chegada a Bissau, vindo do Togo onde participou na cimeira de líderes da referida organização. Um feito, "duro, muito difícil, árduo" , conseguido, frisou o chefe de Estado, graças ao seu esforço negocial, mas também pelo trabalho de todos os guineenses, do Primeiro-ministro.

O líder do Partido Africano para a Independência da Guiné e Cabo Verde, Domingos Simões Pereira, através das redes sociais, congratula-se com a decisão mas levanta questões:

"O anúncio do levantamento das sanções impostas aos desordeiros, está a merecer comparável reação à sua imposição, por parte dos mesmos protagonistas. À euforia dessa “grande vitória” se sucedem proclamações individuais sobre quem conseguiu a proeza. Ou seja, gente que apontava o dedo a outrem por serem responsáveis pela imposição das sanções, agora se proclamam heróis por as conseguir levantar. Que pequenez e que pobreza de espírito!

Nós, compreendemos e saudamos esta decisão da CEDEAO.

Depois da última missão da CEDEAO dedicada à avaliação dos preparativos para as eleições, assumindo a importância desse ato para o regresso à normalidade governativa, a CEDEAO precisava afastar as nuvens que se queria formar, em como estivesse a beneficiar um dos lados da contenda. Por isso, avaliou os propósitos das sanções e, tendo constatado que no essencial se teria cumprido os compromissos (não se afasta a possibilidade de algum presidente ter tido mais estímulos que outros, até porque há negociações em curso) avança-se para o levantamento formal das sanções, assim permitindo que todos participem do jogo, em condições de igualdade de circunstâncias e oportunidades.

Agora, nos parece evidente que as atenções se centram em dois aspetos, esses sim importantes: que a data de 18 de novembro seja respeitado e; que não haja nenhuma perturbação e tentativa de interferência, estranha ao processo e às regras (sob pena de sanções mais gravosas e com o marco de reincidência).

Todos (os guineenses) estamos atentos, e a CEDEAO também. Aliás e as NU, tal como a UA, a CPLP e a EU.

Que se lance o jogo porque os árbitros estão a postos!"

À chegada do Togo José Mário Vaz adiantou ainda que a imagem do país, em termos internacionais, já não é tão negativa mas acrescentou que é preciso "arregaçar as mangas" para "fazer da Guiné-Bissau um bom país".

Os olhos, do mundo e dos guineenses, estão agora postos nas eleições Legislativas de 18 de novembro. De acordo com a CEDEAO esta organização vai apoiar o orçamento eleitoral com 1,5 milhões de dólares, cerca de 1,2 mil euros. Já a União Económica e Monetária da Africa Ocidental entrará com um milhão, cerca de 855 mil euros. Está fechado o orçamento, esclareceu o chefe de Estado.

Foi em fevereiro último que a CEDEAO decidiu adoptar medidas contra personalidades guineenses que, considerou, que criaram obstáculos ao processo de paz. Este organismo regional de países africanos promoveu o entendimento entre os intervenientes na cena política da antiga colónia portuguesa, que terminou com a assinatura do Acordo de Conacri que, verdade dos factos, nunca foi implementado. Sobre isso, e na altura, a CEDEAo escrevia:

"A Missão constata que a nomeação do Primeiro-ministro de consenso tal como prescrito no Acordo de Conakry não foi respeitada. Por conseguinte, a Comissão da CEDEAO anuncia a efetividade das sanções coletivas e individuais a partir de 1 de Fevereiro de 2018, contra todas as pessoas ou organizações que entravem o processo de saída da crise na Guiné-Bissau tal como decidido pela Conferência dos Chefes de Estado e de Governo da CEDEAO realizada em Adis Abeba a 27 de Janeiro de 2018".

As sanções iam do congelamento de contas à interdição de viagens, entre outras medidas. 

 

(Foto: @Ecowas.Cedeao)

 

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